O dizimo é a decima parte (10%) de tudo que se recebe: fruto
da terra, procriação dos animais, doações, heranças e valores nas mais variadas
formas.
Para que você compreenda o dízimo de forma que não se
contamine com as teorias diabólicas que atacam a igreja, entenda que o dízimo e
uma OFERTA DE GRATIDÃO À DEUS.
A primeira menção clara sobre dizimo foi a de Abraão dando
dízimos ao Sacerdote de Salem (futura Jerusalém) Melquisedeque (Gênesis 14:18-20), o que
aponta para nosso dever de gratos também na nova aliança com dízimos, visto que
Cristo é Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque e nós somos sacerdócio real
de Cristo (Apocalipse 1:6).
Antes dessa passagem vemos OFERTAS DE GRATIDÃO que apontavam
para o dizimo, onde a primeira mencionada foram as de Cain e Abel (Gênesis 4:3-4). Essas ofertas
eram feitas em gratidão a Deus pela prosperidade da terra e dos animais de
criação.
Na bíblia também vemos sacrifícios de obediência, tau como
quando Abraão foi ao monte para sacrificar seu filho em obediência a Deus (Gênesis 22:2), no entanto, esse tipo de sacrifício não é da
natureza de Deus, sabendo isso, Abraão obedeceu com a fé de que Deus iria
prover uma situação que lhe tiraria de uma situação que confrontava a natureza
de Deus (Gênesis 22:8; 11-13).
Sendo assim, podemos dividir os sacríficos em três
categorias:
1.
Sacrifícios de obediência – onde você cumpre uma
ordenança do Senhor Soberano;
2.
Sacrifícios expiatórios – Derramamento de sangue
para remissão de pecados (já foi totalmente cumprido em Cristo, não sendo mais
necessário aos homens praticarem);
3.
Sacrifícios de gratidão – Ofertas de gratidão a
Deus pelos seus feitos e justiça.
Com a lei de Moises veio os sacrifícios expiatórios com base
na pascoa que acabava de acontecer antes da saída do Egito (Êxodo 12:27), que não tinha nada a ver com dízimos, mas sim com
derramamento de sangue para expiação de pecados (Êxodo 29:20-21).
Embora Moises seja o intermediador da lei de Deus, ele era um
líder governamental que passou a liderar sua nação de origem, existindo assim
uma diferença entre lei de Moises e lei de Deus:
1ª A lei de Deus está contida na lei de Moises, mas na lei de
Moises haviam normas que o mesmo aprendeu com sua educação egípcia, sendo que o
mesmo as adornava com base nos ensinamentos recebidos de sua mãe na infância (Êxodo 2.9), o que chamamos de preceitos civis da lei(Hebreus 10:1-14);
2ª A lei de Moisés era para o povo Judeu, a lei de Deus é
para humanidade (Isaias 24:5; Salmo 119:44, 142).
3ª A lei de Moisés apontava para o sacrifício de Cristo,
sendo abolida com o total cumprimento dela por ele no sacrifício da cruz, nos
tornado agora despenseiros da graça por ele revelada (I Coríntios 4:1; I Pedro 4:10);
4ª A lei de Deus é moral, a de Moisés é civil e cerimonial;
5ª O dízimo na lei de Moisés era para os judeus e sustento da
tribo de Levi, já o dízimo (oferta de
gratidão) no novo testamento é para sustento da Igreja em forma de sacerdócio
real de Cristo na ordem de Melquisedeque (Malaquias 3:10; Hebreus 7:6-9;
2 Coríntios 9:7; Lucas 10:7; 2ª Coríntios 11:7-9; 1 Timóteo 5:17-18).
Quando vemos a evolução de sacrifícios por pecados e dízimos,
vemos que um era diferente do outro.
O sacrifício por pecados veio na dispensação da lei (Hebreus 5:1-10; 2ª Reis 12:16; Êxodo 30:10).
Já as ofertas de gratidão, vem desde Adão e Eva com seus
filhos (Gênesis 4:3-4), tomando
forma de dizimo com a dispensação patriarcal (Gênesis 14:18-20; 28:22).
Jesus foi o sacrifício perfeito, abolindo assim a nossa
obrigação de apresentarmos sacrifícios pelos nossos pecados, no entanto
continuamos necessitados de sermos gratos a Deus por tudo que ele nos faz, daí
entra o dízimo (oferta de gratidão)
que não era um ato criado na lei, mas um ato praticado desde os primórdios da
humanidade (Capitulo 10 de Hebreus; 1ª Pedro 2:5).
O dízimo da lei era para os Judeus, pois era cheio de rituais
e leis para entrega correta (Levítico 27:32; Números 18:28;
Deuteronômio 12:6,11).
O dizimo da ordem de Melquisedeque acompanha o sacerdócio
real de Cristo, representado hoje pela igreja (1ª Pedro 2:9-10;
Apocalipse 1:6; 5:10).
Assim como os Levitas eram os únicos autorizados a receber
dízimos na dispensação da lei, aqueles que representam a igreja na terra são
autorizados a receberem na graça (João 13:29; Lucas 10:7; 2ª Coríntios 11:8; 1ª
Timóteo 5:17-18; Atos 5:1-10; 4:34,37; 2ª Coríntios 9:7).
Diferença entre
Dízimo, Oferta Alçada, Oferta de Amor e Esmola
Dizimo é uma oferta de gratidão de 10% de tudo que
recebemos de Deus entregue em sua Congregação.
Oferta Alçada é um valor
levantado e entregue por voluntariedade e amor em sua Congregação (Êxodo 25:1-2).
Oferta de Amor é um valor indefinido ou objeto que doamos para
ajudar o próximo, um grupo ou uma instituição em algum projeto ou necessidade.
Esmola é uma pequena ajuda voluntaria de valores ou alimentos
entregue a um necessitado.
Dízimo e Oferta
Alçada são atos de devoção e gratidão públicos (assim como sua confissão de fé)
entregues exclusivamente na casa do tesouro e administrados pelos líderes da
Congregação que você faz parte, é parte inerente de seu relacionamento com Deus
e a Igreja. Seu uso dar-se conforme as prioridades abaixo:
- I. Sustento dos obreiros missionários;
- II. Pagamentos de despesas de água, luz e comunicação;
- III. Pagamento de despesas administrativas;
- IV. Pagamento de despesas com prestação de serviços;
- V. Manutenção da estrutura física do templo e de seu patrimônio;
- VI. Manutenção de departamentos;
- VII. Evangelização e expansão da igreja;
- VIII. Instrução dos fiéis;
- IX. Ajuda social aos irmãos necessitados da igreja;
- X. Doações.
Já as ofertas de
amor e esmolas tratam de seu relacionamento com o próximo, são entregues
diretamente aqueles a quem Deus lhe tocar que entregue, não devem ser expostas,
ou seja, quem as pratica não deve sair tocando trombeta (Mateus 6:1-3).
Dúvidas Acerca do Dízimo e Oferta
1. Quando devo
dar o meu dizimo?
O dizimo é
primazia das bênçãos concedidas, ou seja, devemos entrega-lo assim que
recebemos a benção (salario, benefício ou bens financeiros).
Acumular
dízimos é um perigo para o crente, pois ele estará sujeito as circunstâncias da
vida e astucia diabólica que poderão consumir o que ele reservou para devolver
a Deus. Lembre-se, o dízimo é um ato de desprendimento material que lhe
posiciona como alguém que acredita em Deus e tem fé que tudo que recebeu provem
dele.
2. De que
parte do meu ordenado devo entregar os dízimos, do bruto ou do liquido?
Para não correr
risco de ser tentado numa eventual dispensa do trabalho de você não dizimar das
contas (valor alto), o ideal é você dizimas do bruto.
3. Tenho
empréstimos descontados em folha, o que me faz receber apenas uma parte do meu
salário, devo dar o dizimo do liquido ou do bruto nesse caso?
Se você deu
o dizimo do empréstimo que fez, a parcela que você paga ao banco já está
dizimada, daí você subtrai a parcela do empréstimo do salário bruto e entrega
do dízimo do resultado, mas se você não dizimou do empréstimo, terá que dizimar
do bruto sem subtrações.
4. Já fui
dizimista fiel, mas eu não vinha dando meu dizimo a algum tempo, devo dar os
dízimos que não dei?
Você não é
obrigado a dar dízimos de tempos anteriores, pois o dízimo é uma oferta de gratidão pelo que Deus fez na
época, só que você não foi grato naquele tempo, portanto, o fato de você
dar atrasado não vai lhe isentar da culpa da ingratidão, mas sim se você se
arrepender e passar a fazer certo agora. No entanto se você tiver condições e
se sentir tocado a dar mais do que o dízimo como forma de arrependimento, não
estará pecando e Deus julgara as intenções de seu coração.
5. Posso
entregar meu dízimo em outras igrejas que vejo que estão necessitadas?
O dízimo
não é uma oferta de caridade, é um ato de fé e gratidão a Deus, é um ato
inerente ao seu relacionamento com Deus e sua Congregação, a bíblia nos orienta
a entregarmos os dízimos em nossa congregação. Caso você queira ajudar uma
igreja necessitada, você poderá dar uma oferta de amor naquele lugar.
6. Posso usar
meu dízimo para ajudar os pobres e necessitados?
O dízimo é
de administração da ordem sacerdotal de sua congregação, ou seja, o pastor e o
ministério é quem administram para onde serão investidos os recursos de acordo
com as despesas, obrigações e necessidades da igreja e seus membros.
Administrar seu dízimo é como se você recebesse um dinheiro de alguém para
entrega-lo a outra pessoa e você no meio do caminho usa-o em seu benefício ou
de terceiros, ou seja, o uso do que não é seu é roubo (Malaquias 3.8-10).
Se você
identifica alguém em situação difícil e quer ajudá-la, você poderá dar uma
esmola ou uma oferta de amor a essa pessoa, mas se você não tiver condições,
pode se unir com outros irmãos e amigos para este fim ou procurar seu pastor
para ver a possibilidade da igreja ajudar, mas nunca use seu dízimo para este
fim pois você estará fazendo o que parece certo, mas da forma errada.
7. Devo dar
dízimo da venda de carros ou imóveis?
Neste caso,
só do lucro da operação.
Ex: Como
dizimista fíél, você comprou uma casa por R$10.000,00 e depois de algum tempo
vendeu a mesma por R$25.000,00, você dará o dizimo só dos R$15.000,00 de lucro,
pois os outros R$10.000,00 já haviam sido dizimados. Agora, se você ganhou uma
casa e não teve custos e depois vende, você lucrou o valor total, portanto
deverá dizimar tudo.
O mesmo
raciocínio se aplica a venda de carros e de qualquer outra coisa.
8. Sou
comerciante, como devo proceder com meu dízimo?
Você só irá
dar o dízimo de seu lucro real, subtrairá as despesas gerais da receita bruta, o
resultado é seu lucro, daí você entregará seu dízimo.
Procure
entregar seu dízimo de acordo com o fechamento dos caixas, ou seja, separe o
dízimo diariamente e entregue-o no primeiro culto que for, pois o acumulo de
valores pode tenta-lo ao gasto e Satanás pode criar situações para que você
gaste o que não é seu.
9. Meu marido
é ímpio, ele ganha dinheiro desonestamente, sempre ele me dá um pouco, devo dar
o dízimo do dinheiro de origem ilícita?
Se você tem
consciência que o dinheiro é de origem ilícita, você nem deve receber, quanto
mais dar o dízimo, é uma abominação a Deus, mas se você não sabe da situação ou
origem do dinheiro e dá o dizimo, não se preocupe, pois Deus não irá lhe
condenar por ignorância de algum assunto. (Deuteronômio 23:18)
10. Devo
declarar meu dizimo ou não?
Para
responder essa questão devemos considerar alguns pontos:
I.
Ao
contrário do que pregam alguns, o dízimo era declarado sim no antigo e novo
testamento, em todas as passagens que falam do assunto ele era declarado por se
tratar de ato de fé e gratidão e não de uma doação;
II.
Não podemos
confundir dízimo e esmola, quando Jesus disse que o que a tua mão direta faça,
não seja visto pela esquerda, ele estava falado de esmola, não de dizimo;
III.
Todos os
dízimos dos Judeus eram declarados, Jesus e os apóstolos viram tanto a oferta
da viúva quanto o dízimo do fariseu, ele não ignorou o fato dele ter declarado,
mas sim sua hipocrisia em dar das sobras e exaltou a viúva por ter dado tudo. Alguns
“contra-igreja” alegam que Jesus sabia dos valores pela sua onisciência, mas
ele pergunta aos discípulos quem deu mais, só que nós sabemos que eles não eram
oniscientes, o ato de onisciência de Jesus se aplica em saber que o fariseu deu
das sobras e a viúva deu de tudo que tinha, só isso;
IV.
O dízimo de
Abraão à Melquisedeque foi declarado (dizimou dos despojos, ou seja, todos
sabiam quanto de despojos estava em jogo);
V.
De acordo
com o estatuto da IEADERN, os membros são orientados à declarar o dízimo, já
aos obreiros é obrigatório. Lembre-se, mesmo que o estatuto lhe oriente a ser
dizimista, de qualquer forma você já assumiu esse compromisso diante de Deus no
momento que aceita a Jesus e seus mandamentos, na sua profissão de fé antes do
batismo e no caso dos obreiros, todas as vezes que foi separado para alguma
ordenação (auxiliar, diácono, presbítero, evangelista ou pastor). Não entregar
seus dízimos lhe deixa na condição de infiel e descumpridor das suas promessas.
VI.
A
declaração isenta o crente de possíveis falsos testemunhos contra sua pessoa,
estimula-o em seu dever, pois o mesmo terá um histórico para glorificar a Deus,
servirá de prova se satanás o acusar de hipócrita nos assuntos relativos a
dízimo, ajudará a gestão da igreja a se programar na manutenção da obra,
aplicação de investimentos, ajudas missionários, serviço social, sustento de
obreiros, aquisição de bens para igreja, elaboração de projetos a longo prazo e
etc.
Portanto
meu amado(a), o dízimo é um dever de todo Cristão, sua declaração é uma prova
de fé e gratidão e não hipocrisia, não confundamos declarar o dízimo a gestão
da igreja com tocar trombeta para se gloriar. Mateus 6:1-3
Por Pb. Gilmar Sousa
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